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Após nascimento do filho, ele decidiu criar um negócio de impacto e acaba de receber R$ 20 milhões
Desde que entrou em operação, a Conta Futuro trocou mais de R$ 10 milhões em dívidas e impactou cerca de 15 mil pessoas
A vida de Felipe Gomes no empreendedorismo começou cedo. Curioso, ele aprendeu a consertar computadores com 14 anos e logo oferecia o serviço para os amigos da escola. Aos 16 anos, já criava software de gestão de relacionamento com os clientes para empresas do mercado imobiliário de Fortaleza, no Ceará.
Uma história que mistura talento e necessidade, dois elementos recorrentes nos relatos dos empreendedores brasileiros. Na época, ele era o “homem da casa”, o pai tinha abandonado a família após a esposa ser diagnosticada com câncer terminal. Ficaram ele e o irmão, cinco anos mais novo, cuidando da mãe, que faleceria dois anos mais tarde.
É a esse senso de proteção que Gomes associa o seu novo negócio, lançado há pouco mais de 18 meses. A Conta Futuro é uma fintech que tenta desafogar pessoas endividadas, oferecendo crédito mais barato e consignado. Desde que entrou em operação, trocou mais de R$ 10 milhões em dívidas e impactou 15 mil pessoas.
Como funciona a Conta Futuro
A startup acaba de receber R$ 20 milhões da gestora Empírica Investimentos. O dinheiro será aportado em sua totalidade para acelerar as operações de crédito, contribuindo para que a expectativa de Gomes de atingir 60 mil pessoas até dezembro com os serviços seja alcançada.
Atuante no mercado nordestino, principalmente no Ceará, a Conta Futuro atua no B2B e faz parceria com empresas com mais de 400 funcionários. Com isso, entrar nas fábricas e operações oferecendo dois serviços:
- Zerar as dívidas de cartão de crédito e cheque especial
- Antecipação de até 40% salário para as pessoas não entrem no vermelho
O diferencial, segundo o executivo, está no valor cobrado para quitar os débitos. Enquanto os juros do rotativo do cartão de crédito podem superar 1000% ao ano e do cheque especial bater a casa dos 200% ao ano, de acordo com os dados do Banco Central, a startup trabalha com taxas em torno de 55% no período de 12 meses.
O modelo surgiu a partir de uma virada de chave na forma de Gomes empreender, o nascimento do seu filho em 2017. A chegada da nova vida mexeu o executivo e despertou o desejo de fazer algo com o potencial de deixar um legado. Após ter fundado empresas de tecnologia e trabalhado no mercado de pagamentos, ele decidiu que o “negócio por negócio” não estava fazendo sentido.
“Eu queria fazer algo que algo que impactasse de fato as pessoas porque dentro da minha jornada eu tive pessoas emblemáticas que conseguiram me ajudar a chegar onde estou. Elas me deram oportunidades para que eu desenvolvesse as minhas habilidades”, afirma.
Quem são os clientes da startup
E, com a corda no pescoço, a luz no fim de túnel fica mais difícil. Em geral, os clientes são pessoas que recebem uma média salarial de R$ 2630,00. O ticket médio das dívidas e de antecipações hoje está em torno de R$ 5500,00, valor que pode ser pago em até 36 meses.
Além dos recursos, outro tripé da operação é desenvolver conteúdos e outras iniciativas educacionais como palestras, para que as pessoas saibam como cuidar melhor dos recursos e do orçamento pessoal.
Para este ano, a startup também prevê a criação de outras soluções que ajudem a equilibrar as contas das pessoas.
A primeira que deve sair do papel é a “encolhe contas”, indicando em quais empresas ou serviços - telefonia, gás, energia – as pessoas conseguem diminuir os seus gastos. “Queremos criar um marketplace de impacto”, afirma.
Outra iniciativa no horizonte é começar a oferecer os serviços diretamente para o consumidor final. Previsto mais para o fim do ano, o projeto deve demandar novos aportes.